A questão do que fazer então? Esta questão não me te largado! Sei que ando mais resmungona e mais virada para dentro, do que seria normal. Não consigo evitar! A minha cabeça anda a mil! Não quero ser mais uma, a engrossar as filas de desempregados e também não tenho personalidade para ficar em casa, a fazer de doméstica. Preciso de objectivos, de metas, que vão para além da limpeza do pó, da novela das 14h e da espera do cheque da segurança social. Quero mais, preciso de mais!
Tenho pensado em abrir um negócio. Mudar completamente de ares! Os meus pais são contra! Afinal, dissem, não andei a queimar pestanas para tirar uma licenciatura, Pós-graduações e outros cursos de formação para mudar assim de rumo! A verdade é que a indústria automóvel é das mais afectadas, a verdade é que não existe muitas indústrias desta área no norte, a verdade é que não me apetece voltar a mudar de malas e bagagens para outra cidade! Vivi durante 8 anos, em outras cidades que não a minha! E estou cansada, de precisar de uma agenda para poder estar com os amigos, de não poder fazer planos a médio, longo prazo. Também estou cansada de ser explorada, de pertencer á geração dos 1000 euros (já foi Rasca!), de trabalhar 21h sem interrupção (como diria um Amigo, isto é escravatura moderna!), de vestir a camisola e depois ir para a rua por causa da conjuntura económica.
Por isso penso abrir um negócio, sei que o momento não é dos melhores, sei que implica muito trabalho (não tenho medo do trabalho), mas confesso estou assustada, tenho medo de errar na direcção e deitar tudo a perder!
